No passado dia 7 de março de 2018, imortalizou-se uma noite na Altice Arena, em Lisboa, tanto para o lado de quem assistiu ao concerto de Russel Vitale (ou Russ), como para o próprio artista que tantas vezes fez questão de dizer “This is the biggest show of my career…” (traduzido “este é o maior show da minha vida”).
O nome da tour (There’s Really a Wolf in Europe) fez jus à energia demonstrada pelo rapper italo-americano ao longo de todo o concerto, até mesmo quando nem o sistema de som estava do seu lado.

Russ, exemplo perfeito daquilo que é o self-made man, pisou pela primeira vez um palco português no passado dia 7 de março, frente a uma plateia de 13 mil fãs ansiosos pela atuação do rapper. Conhecido por construir todo o seu processo musical, desde a composição à masterização e produção das suas músicas, Russ entrou de maneira impetuosa no palco da Altice Arena, com a frase “It’s funny how they act now…” a ser a primeira a ser ouvida no recinto, dando o mote para a primeira música da noite, “Act Now“.
Seguiu-se uma das mais conhecidas, se não mesmo a mais conhecida música do rapper americano, o single “What They Want”. Foi a partir daqui que as 13 mil pessoas presentes no recinto entraram em delírio, principalmente quando Russ fez questão de agradecer a adesão e o compromisso do público, principalmente daqueles que tinham esperado na fila à chuva, muitos deles desde manhã. O rapper mostrou-se também solidário ao revelar que a abertura de portas (que inicialmente estava marcada para as 19h30) abriu mais cedo (cerca das 18h), por interpelação dele mesmo com a organização do evento, precisamente para prevenir que os fãs que o esperavam ansiosamente, tivessem de o fazer sob uma chuva bastante incomodativa, mas de qualquer maneira, nunca impeditiva.
O concerto prosseguiu à medida que Russ se “atirava” a clássicos como “Pull The Trigger” e “Waste My Time” bem como a slows como são “Psycho, Pt.2”, “Ride Slow”, “Wife You Up” ou “Ain’t Nobody Takin’ My Baby”. Foi precisamente a meio do concerto que se deu uma falha no sistema de som da equipa que acompanhava o rapper, mas nem isso foi motivo de abrandamento. A audiência a saltar a um só ritmo enquanto entoava “E esta mer** é toda nossa, allez, allez!” não deixou o artista indiferente. Não muito tempo depois retomou-se o espetáculo.

Um dos momentos mais bonitos da noite chegou com a música “Losin Control”, uma das mais cantadas pelo público, que aderiu ao pedido de Russ para levantarem as lanternas dos telemóveis ou os isqueiros acesos, tendo sido grande parte da música cantada a capella em uníssono. Na sua conta do twitter Russ publicou um vídeo onde imortaliza o momento:
Antes de terminar o concerto, houve ainda tempo para faixas como “Some Time”, “Me You”, “Cherry Hill”, “Alone” ou “Back To You”. Esta última música seguiu-se depois de um interlúdio de Russ com o público em que fez questão de referir mais uma vez que este concerto em Lisboa havia sido o maior da carreira dele, que nunca tinha presenciado um público tão enérgico (do primeiro ao último minuto) acabando o discurso com a frase “Portugal, I’m 100% sure that I’m coming back to you…“(“Portugal, tenho 100% de certeza de que vou voltar para vocês…”) dando início à música “Back To You”.
Inevitavelmente, a última música da setlist teria de ser “Goodbye”, carregada de uma melodia melancólica e nostálgica com o recinto todo a fazer um sinal de adeus enquanto Russ rimava em cima do palco. Terminada a faixa, despediu-se o artista, desligaram-se as luzes e invadiu a cabeça dos fãs uma ideia: ele não cantou a “Do It Myself”. Claro que todas as esperanças de um encore foram realizadas, cerca de dois minutos depois do fim de “Goodbye”, Russ entrou novamente em palco, desta feita com toda a equipa que o acompanha nesta tour para cantar precisamente “Do It Myself”. Um dos momentos mais enérgicos da noite, em que nenhum espectador ficou quieto no lugar.
Findado o concerto foi possível perceber que a presença em palco do artista foi notória, assim como a entrega do público. O público-alvo do artista, pelo menos na noite de ontem, rondava os 15-16 anos, sendo muito abundante os indivíduos desta faixa etária. Em termos de organização, nada de mal a acrescentar, mantendo-se tudo de forma ordeira e sem confusões, com uma agilidade de processos impressionante, até mesmo quando começou a chover torrencialmente na zona onde se fazia a fila de entrada. Sem dúvida, uma bela noite de espetáculo que ficará imortalizada não só para os fãs mas como para o próprio artista.
Escrito por: Bruno André e Beatriz Duarte
Editado por: Adriana Pedro