As séries originais da Netflix já têm, por si só, tendência a tornarem-se populares e adoradas pelos jovens. Foi o caso de Stranger Things, uma série com uma história sobrenatural intrigante, que traz alguma nostalgia dos anos 80. Seguiu-se Thirteen Reasons Why, cuja história, embora bastante diferente de Stranger Things, agarrava os fãs ao ecrã, curiosos para saber qual a causa do suicídio da protagonista, Hannah Baker. E se em 2017 a Netflix nos presenteou com a estreia de Thirteen Reasons Why e com a 2ª grande temporada de Stranger Things, o ano de 2018 só podia começar em grande com a vinda de The End of the F***ing World (ou TEOTFW, abreviado).
Em Thirteen Reasons Why adoramos o enredo e o adorável Clay, em Stranger Things começamos a venerar um grupo de miúdos, e em TEOTFW apaixonamo-nos por James e Alyssa, as personagens principais desta bela comédia de humor negro.
“Primeiro estranha-se, depois entranha-se”. No início da série podemos achar a história algo incomum, talvez até um pouco bizarra: um rapaz psicopata e uma rapariga irreverente, cuja junção nos faz questionar qual a relação entre os dois.
Ao longo da série, vão aparecendo outras personagens para além de James e Alyssa. Personagens essas que, para o espectador, se tornam pouco ou nada importantes na história, visto que o nosso maior objetivo é perceber qual o sentimento que surge entre ambos, tendo em conta que James pretende matar Alyssa. Já esta, admite que poderia apaixonar-se por ele.
Ficamos, logo desde o primeiro episódio, a conhecer a personalidade de ambas as personagens. James caracteriza-se por ser bastante pacífico, apesar de alegar ser psicopata, ao contrário de Alyssa, com um temperamento bastante intenso, mas que parece gostar realmente de James. Como este é vulnerável, alinha nas ideias de Alyssa, e, a mando desta, concorda em fugir, roubando o carro ao pai e partindo numa grande aventura, que o espectador vai de certeza querer acompanhar.
Para adicionar a isto, há também que elogiar a escolha da banda sonora, que encaixa de maneira perfeita em todos os momentos, conduzindo-nos ainda mais nesta montanha russa de emoções durante todo o enredo.
E é esta história de (des)amor que cola o público ao ecrã, podendo mesmo a série ser vista toda de uma vez, dado o reduzido tempo dos episódios (cerca de 20 minutos). O que divide os fãs em relação a esta aposta da Netflix é o final, que deixo em branco para que o leitor possa ver qual o destino deste casal improvável. Para mim, o final é o que realça ainda mais a série, elevando-a a um nível superior, não sendo só “mais uma série de adolescentes” sobre o amor jovem e a rebeldia que tão bem caracteriza esta fase de vida.
Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.
Escrito por: Daniela Carvalho