Quarta temporada de Black Mirror: será o futuro mesmo “promissor”?

Foi lançada, no dia 29 do mês passado, a 4ª temporada da série Black Mirror, da Netflix. Fazendo uma contextualização da série, esta satiriza, de uma forma sombria e exagerada, a sociedade atual, surgindo daí o nome Black Mirror, referindo-se ao efeito de espelho dos vários ecrãs que fazem parte do nosso dia-a-dia (telemóveis, tablets e televisões).

Os episódios são independentes entre si, sendo que as histórias e as personagens são sempre diferentes. Há, no entanto, uma teoria que diz que os episódios fazem parte de um “universo partilhado”, isto é, acontecem no mesmo espaço físico e temporal, tal é a quantidade de Easter Eggs presente em cada episódio, pelo menos nesta última temporada.

Esta 4ª temporada é composta por 6 episódios que demonstram, mais uma vez, o quão genial é Charlie Brooker. Começamos com o fascinante USS Callister, passando depois pelos perturbadores Arkangel e Crocodile, pelo romântico Hang the DJ e pelo assustador Metalhead, terminando assim da melhor forma possível com Black Museum, episódio que reúne alguma da tecnologia utilizada nos anteriores episódios, apresentando outras novas invenções e criando novas histórias em torno destas.

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A imprevisibilidade da série conduz-nos numa constante montanha russa de emoções, gerando um clima tenso até ao final, pois sabemos que só aí iremos perceber o que se passou no episódio que acabámos de ver.

Apesar de os episódios terem diferentes histórias e fazerem sentido se forem vistos sem qualquer ordem específica, eles estão alinhados de forma estratégica, de acordo com o que sentimos em cada história, provocando-nos uma angústia que é depois aliviada no episódio seguinte, ou vice-versa.

Em relação a esta temporada, devo dizer que os melhores episódios são Hang the DJ e Black Museum, fundamentando a minha escolha devido ao culminar da história, por ser algo completamente inesperado (algo que caracteriza a série, como já foi referido anteriormente). Pelo contrário, gostei menos de Metalhead, que, apesar de criar o efeito suposto de pânico no espectador (aumentado ainda mais pelo facto de ser um episódio totalmente a preto e branco), parece que não encaixa tão bem no contexto a que Black Mirror nos habituou. É, portanto, um episódio diferente do habitual, não desfazendo, no entanto, a intenção de Charlie Brooker, que consegue ainda assim “preparar-nos” para o que aí vem.

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados. 

Escrito por: Daniela Carvalho

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