Após um acordo histórico e décadas de “paz”, as últimas semanas ficaram marcadas por um dos poucos momentos turbulentos entre as duas Coreias, desde o armistício de 1953. Um soldado norte-coreano, conhecido apenas pelo seu sobrenome Oh, tem dado que falar por cometer um ato impensável para muitos: tentar escapar do seu país, considerado por muitos o mais isolado e controverso do mundo.
Ao tomar uma medida tão drástica, Oh levou a que um conjunto de soldados norte-coreanos não só o atacassem (com cerca de 40 balas), como também invadissem a Zona Desmilitarizada, que separa a Coreia do Norte da Coreia do Sul e que foi estabelecida há cerca de 64 anos atrás, gerando uma resposta imediata da ONU, que repudiou veemente este ataque.
Apesar de ter sofrido com 4 balas e chegado à Coreia do Sul inconsciente, o fugitivo que tem dado que falar foi socorrido por tropas sul-coreanas e, neste momento, está a ser acompanhado no Hospital Universitário Ajou, onde é acompanhado por perto por forças especiais do vizinho do Sul.
Com os factos expostos, percebemos imediatamente que as grandes organizações que regem o nosso mundo têm inúmeras vantagens a retirar desta situação. Primeiramente, poderão ser tiradas ilações mais concretas quanto à realidade vivida no país liderado por Kim Jong-Un, que com certeza influenciará futuras sanções que poderão ser impostas ao pais asiático pela ONU, mais especificamente pelo seu Conselho de Segurança.
De seguida, há que referir que quando um indivíduo que frequenta o exército do seu país desde os 17 anos (muito pelo facto de serem incutidos desde cedo à carreira militar) e que recusa-se a voltar para lá, tendo até pesadelos com essa possibilidade, é porque provavelmente não deve ter nada de positivo a destacar e apenas mais razões para que a Coreia do Norte continue a ser o alvo principal das grandes potências globais.
Acima de tudo, Oh, um mero norte-coreano que teve a coragem de fazer o que mais ninguém teve e que seria impensável para a larga maioria das pessoas, pode vir a mudar por completo o paradigma do mundo que hoje conhecemos e ajudar tudo e todos a compreender um dos grandes enigmas da atualidade: o que é que se passa realmente na Coreia do Norte?
No fundo, alguns dos maiores segredos do país que “não deita nada cá para fora” podem vir a ser revelados, mas isto dependerá apenas e só de entidades superiores que têm o poder de influenciar qualquer um nas horas necessárias.
Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados.
Escrito por: Pedro Escórcio
Editado por: André Blayer