Enquanto uns e outros tentam perceber se aquele jogador estava fora de jogo, outros tentam perceber o que são… Em terra de rei, grita-se “República!” e os supostos republicanos gritam pelo rei. Estranho? Pois, é deveras estranho.

Quem também o acha são os nossos irmãos espanhóis, que apelam à unidade enquanto espancam os seus amigos catalães. O primeiro-ministro vai mostrando as fraquezas da direita espanhola e o senhor “eu-ainda-sou-presidente” Puigdemont até já vai recebendo convites para ir passar uma temporada à Bélgica. Sobre esta tomatina à la espanhola, a União Europeia nem mete a colher, dizendo que não se quer meter na panela dos assuntos internos do país.

E que consequências é que isto traz? A resposta mais fácil é o típico “sei lá!”, mas devíamos olhar para esta situação com mais atenção, já que não nos podemos esquecer que os nuestros hermanos são os nossos parceiros principais, no que diz respeito a exportações. Enquanto esta paella cozinha lentamente, mas a lume bastante alto, os ânimos vão se exaltando.

Mesmo assim, Sua Majestade não vai dizendo nada, pelo menos em público, antes que digam que ele só sabe dizer que tem de se manter a unidade de Espanha.

Provavelmente, este preparado vai queimar, mas não vamos esquecer que os catalães é que são aquela pessoa da família que não funciona com os parafusos todos. Podia-se ter resolvido a situação como na Escócia? Sim, mas isso ia ferir os sentimentos dos habitantes do que resta do Império Espanhol…

Este artigo de opinião é da pura responsabilidade do autor, não representando as posições do desacordo ou dos seus afiliados. 

Escrito por: Pedro Silva

Editado por: Ricardo Marquês