Cinema Português? Presente!

Durante esta edição dos Prémios Sophia, o grande evento que celebra o cinema Português, o desacordo teve oportunidade de ouvir algumas opiniões interessantes de personalidades que também atenderam a este evento.

Antes da entrega dos Prémios, estivemos à conversa com o actor/cantor Ricardo Carriço, que já comparece a este evento há três edições. Na sua opinião, este tipo de certames são importantes não só para toda a área artística, que envolve a sétima arte em Portugal, mas também para poder haver reencontros e troca de ideias, “para que todos tenham consciência do que realmente está a ser feito no nosso País e saber o que se pode melhorar e inovar ao mesmo tempo”. Ricardo Carriço elogiou também empresas como a NOS, que ajuda na promoção do cinema nacional e a joalharia Anselmo, responsável pela criação dos prémios entregues neste evento.

“É fundamental enaltecer aquilo que se faz de melhor em Portugal”, disse Ricardo ao referir-se ao cinema nacional.

Em relação ao progresso do cinema português, Ricardo mencionou: “acho que o cinema está a inovar. Felizmente está a deixar de ser um bocadinho aquele tal cinema de autor, virado um bocadinho para o egocentrismo, se calhar às vezes do próprio realizador, e está a ser um projecto mais para o público.”

Ricardo Carriço, como actor e também espectador, defende que o cinema tem que ser feito para o público, “com histórias acessíveis, que as pessoas gostem e que as façam sonhar”.

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Por fim, falámos sobre a homenagem a Ruy de Carvalho, a quem foi entregue o Prémio Mérito e Excelência. “Acho que é fundamental porque estas homenagens acontecem quase sempre depois das pessoas partirem. É bom quando elas estão aqui para serem homenageadas em vida e enaltecemos não só a sua qualidade artística/profissional e no caso do Ruy o lado humano, porque é um ser humano extraordinário”, disse.

 

O actor José Fidalgo também falou com o desacordo e começou por nos contar um episódio interessante, que aconteceu há duas edições atrás nos Prémios Sophia, Em que acabou por ser ele a apresentar o Prémio de destaque a José Fonseca e Costa, em vez do seu colega Albano Jerónimo, que faltou por razões profissionais. “Fiquei bastante sensibilizado porque o meu primeiro filme foi com o José Fonseca e Costa, chamado “O Fascínio, e por isso fi-lo com bastante emoção”, contou ao desacordo.

Em relação aos Prémios, José Fidalgo defendeu ser um evento interessante, sendo que cada vez existe mais cinema nacional. “E bem à nossa maneira portuguesa, a começar por algum lado”, referiu.

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Fotografia: Revista VIP

José Fidalgo elogiou também o trabalho que se faz na Academia Portuguesa de Cinema, uma vez que nesta Academia trabalha um conjunto de pessoas, quase como uma espécie de voluntariado de Apoio ao Cinema Português.

“De repente tu veres isto, por esse conjunto de pessoas que todos os dias se esforça para que esteja tudo sempre em pé, é muito bom. Porque isto não é Cannes, onde a máquina já está toda montada e é um atractivo enorme, não. Isto é tudo feito através da paixão que existe pelo cinema.” disse José Fidalgo.

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Fotografia: Fábio Anunciação

Por fim, explicou-nos o seu motivo principal para atender a este tipo de eventos: “ eu venho aqui prestar homenagem ao cinema e mais sinceramente dar força às pessoas que fazem cinema. Apesar de não fazer tanto cinema como queria, estou aqui como entusiasta e como apoiante deste movimento, que até acaba por ser um movimento contra a maré destes tempos”.

 

 

Por fim, falámos com Nuno Markl, que escreveu o argumento para um dos filmes deste ano, “Refrigerantes e Canções de Amor”, em que na categoria de Melhor Canção Original teve três nomeações e acabou por ganhar a canção “Sobe o Calor – letra de Sérgio Godinho e música Filipe Raposo “, uma das principais do filme.

“Fiquei muito contente com as várias nomeações porque as canções foram uma parte muito importante no ADN do filme”, confessou Markl ao desacordo. Markl contou também que tinha ficado muito honrado com a iniciativa do Sérgio Godinho ao criar uma canção, apenas com base na leitura do argumento, e com o facto do músico ter aceite o papel de assassino no seu filme. “Teve muita graça, tenho vontade de fazer um spin-off, só sobre a personagem do Sérgio”, disse.

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Fotografia por Fábio Anunciação

Nuno Markl está neste momento a terminar de escrever uma série para a RTP, “1986”, que consiste em 20 dias passados nesse ano, sendo inspirada na sua própria adolescência.

Por fim, em relação ao cinema, Nuno Markl defende que se estão a fazer “bons e variados” filmes em Portugal, apesar de ainda não termos uma indústria de cinema, sendo que é um processo muito trabalhoso, ou “a ferros”.

“As pessoas às vezes ainda têm ainda algum preconceito errado sobre o cinema português porque hoje em dia o cinema português é muitas coisas diferentes. Mas acho que estamos num óptimo caminho”, defendeu.

Falou-nos também da sua opinião sobre o filme São Jorge, que tinha estreado há umas semanas: “eu acho que é um filme fenomenal. Estive na ante-estreia e adorei. Adoro o Nuno Lopes, por isso acho que está tudo muito bem encaminhado nesta área.”

Por fim, referiu a sua opinião sobre este evento dos Prémios, que ajudam a promover o nosso cinema, sendo uma maneira de agregar tudo e de mostrar às pessoas a paleta de filmes, de propostas e de linguagens.

“Acho que este evento serve para mostrar que, de facto, não se faz só cinema impenetrável, nem só cinema comercial, há muita coisa pelo meio e eu acho que isso é bonito de se ver e, por isso, acho que os Prémios Sophia são uma óptima iniciativa”, defendeu Nuno Markl.

Durante o evento, o desacordo visitou também a banca onde se apresentava o livro “Retratos do Cinema Português”, do fotógrafo José Pinto Ribeiro, que consiste num livro com 155 retratos de Membros da Academia Portuguesa de Cinema, sendo que algumas das fotografias foram apresentadas durante a entrega dos prémios.

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O Fotógrafo: José Pinto Ribeiro

Para curiosidade e para quem não conseguiu assistir ao evento na RTP 2, fica aqui a lista de vencedores,  publicada pela Academia Portuguesa de Cinema:
https://www.academiadecinema.pt/vencedores-3/

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Escrito por: Laura Ribeiro

Editador por: Rita Rogado

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