A Islândia será o primeiro país do mundo a fazer com que os empregadores provem que oferecem salário igual, independentemente de género, etnia, sexualidade ou nacionalidade, anunciou o governo da nação nórdica na quarta-feira, dia 8 de março, Dia Internacional da Mulher.
O governo disse que vai apresentar a legislação ao parlamento este mês, Mês da História da Mulher, exigindo que todos os empregadores com mais de 25 funcionários sejam obrigados a obter a certificação para proporcionar igualdade da remuneração por trabalho de valor igual.
Apesar de outros países possuírem políticas de certificado de salário igual, a Islândia é o primeiro a torná-lo obrigatório para empresas privadas e públicas.
“O momento é o certo para fazer algo radical sobre esta questão”, disse o ministro de Assuntos Sociais e Igualdade, Thorsteinn Viglundsson.
A Islândia foi classificada como o melhor país do mundo para a igualdade de género pelo Fórum Económico Mundial, mas as mulheres islandesas ainda ganham, em média, 14 a 18% menos do que os homens.
“Igualdade de direitos são direitos humanos“, disse Viglundsson. “Precisamos de ter a certeza que homens e mulheres desfrutam de oportunidades iguais no local de trabalho e que é responsabilidade nossa tomar todas as medidas para as alcançar”, defendeu.
Em outubro do ano passado, milhares de mulheres islandesas deixaram o trabalho às 14h38 e protestaram fora do parlamento para reivindicar a diferença salarial entre homens e mulheres. Vários grupos de direitos das mulheres calculam que depois dessa hora todos os dias,as mulheres trabalham de graça.
“Têm que se tomar medidas e ser ousado na luta contra a injustiça”
A nova legislação deverá ser aprovada pelo parlamento da Islândia, visto contar com o apoio tanto do governo de centro-direita como dos legisladores da oposição. O governo espera implementá-lo até 2020.
“É um fardo obrigar as empresas a ter de cumprir uma lei como esta”, reconheceu Viglundsson. “Mas nós colocamos esses encargos às empresas regularmente quando se trata de fazer a auditoria das contas anuais ou transformar o seu relatório fiscal”, acrescentou.
Idealmente, a Islândia será modelo para o resto do mundo do que o capital próprio significativamente legislado pode alcançar.
Escrito por: Maria Janeiro
Editado por: Rita Rogado